Han?

Adaptar-se?
Tentar engolir?
Tentar que aturar?
Ah... Não mesmo!
De desconforto já basta as minhas acnes!

O bobo da corte cansou de todos os excessos:
Das roupas, dos gestos, das maquiagens.
Enfim mirou o espelho...
E o sobre o que viu apenas disse:
“Eu já sabia”.

Três Girassóis

Somos três versos do tipo branco.

Não que sejamos puros ou divinos, não se iluda.

Somos assim, porque somos libertos, soltos, dispersos.

Derivados de muitas estrofes, verdade,

Somos bem diferentes entre nós mesmos.

Porém, são os extremos que nos unem.

Cada um em seu pólo, tenta matar primeiro o que lhe consome,

Tenta livrar-se daquilo, que por si só deseja o mar

E que talvez seja uma luz.

Destemidos, destroçados, descuidados.

Pois é, somos assim, sem nexo, sem rima, sem métrica.

Por isso somos brancos, por isso somos fortes.

(“E juntos sobreviveremos ao s dias e às noites, sobreviveremos ao caos”)

Eu tenho muitas palavras.

Eu tenho todas as palavras.

Eu tenho muitas idéias incubadas.

Eu tenho o mundo para mudar.

Eu tenho que desmistificar céu e inferno

em uns poucos versos.

Então,

Eu escolho o tema

e, friamente, o desenvolvo

à canetadas furiosas pauta abaixo.

Eu sofro a falta de rimas.

Eu choro a falta de métricas.

Eu me constranjo pelo excesso de clichês.

Por fim,

em caixa alta, bold e sublinhado

o que aparece na poesia

é uma descrição

torta

e por vezes duvidosa

de mim.

o começo...

Unidos pelo gosto fotográfico, pela sordidez, pelo glamour levemente ajudado com a luz do sol, pelo amor às simplicidades proporcionadas por uma tarde de domingo e pelas mazelas dos nossos ultimos relacionamentos.
Flores, sandálias, roda-gigante, peixes, pássaros, pessoas...
éramos movidos ao aconchego que sutilmente distribuiamos em palavras não muito objetivas, mas sim acolhedoras. Enfim, o que restou - e o que sempre restará- são só três versos brancos.